Rodrigo Janot é sabatinado por senadores antes de assumir cargo
Janot foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para um segundo mandato.
Para assumir o cargo, ele depende da aprovação dos senadores.
Rodrigo Janot chegou ao Senado dizendo que estava tranquilo. Dos 27
titulares da Comissão de Constituição e Justiça, oito são investigados
no Supremo Tribunal Federal, a pedido de Janot, por envolvimento na operação Lava Jato.
Dois suplentes também respondem a inquéritos pelo mesmo motivo. Um deles é o senador Fernando Collor de Mello, do PTB, que foi o primeiro a chegar. Na semana passada, Janot ofereceu denúncia contra Collor no STF.
Logo na abertura da sabatina, o procurador afirmou que não quer ser
reconduzido ao cargo por vaidade ou apego ao poder, mas sim para servir à
nação. Ele disse que na visão do Ministério Público, as empresas que
assinam acordo de leniência com órgãos do governo não se livram de
punições e defendeu os acordos de delação premiada, quando um
investigado colabora com a Justiça na expectativa de redução da pena.
Janot disse que há uma confusão sobre esse tema: "O colaborador não é
um dedo duro, X9. O colaborador, pela lei, tem que reconhecer a prática
do crime, então ele vem e confessa a prática do crime. Confessa a
prática do crime e diz quais são as pessoas que estavam também
envolvidas na prática daquele delito. Compete ao Ministério Público
fazer as comprovações. Aí sim ganha força o depoimento do delator”.
O senador Alvaro Dias, do PSDB, perguntou se existe uma espécie de
acordão entre o Ministério Público, a presidência da República e
lideranças políticas em torno da operação Lava Jato. “Eu nego
veementemente a possibilidade de qualquer acordo que possa interferir
nas investigações”, respondeu.
Rodrigo Janot foi questionado sobre a contratação de uma empresa de
comunicação, que teria sido usada para promover a imagem dele. O
procurador alegou que a empresa era especializada em assuntos relacionados ao Ministério Público e que o contrato foi feito para
prestação de serviços de consultoria.
O Tribunal de Contas da União analisa o assunto. Janot afirmou que não houve irregularidade