Rio -  Uma nova escola para esquecer a tragédia. Após 10 meses do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, nesta segunda-feira, 980 alunos — 97 deles, novos — voltaram às aulas com esperança. A unidade foi totalmente reformada e teve a segurança reforçada, com mais que o dobro das câmeras de monitoramento interno e maior vigilância. As mudanças custaram R$ 9 milhões.
“Quando entrei aqui, não consegui me lembrar da tragédia. Parece uma nova escola”, contou Luan Victor, de 13 anos, um dos feridos pelo atirador Wellington Menezes, que, em abril, disparou contra estudantes, matando 12.
Muro branco foi trocado por grades altas e fachada foi toda pintada | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Muro branco foi trocado por grades altas e fachada foi toda pintada | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
As duas salas de aula alvo de Wellington viraram corredor de acesso a novo anexo e uma área de recursos multifuncional para alunos especiais. Esta sala será utilizada por 11 crianças, entre elas Taiane Tavares, 13 anos, que foi atingida por três tiros na coluna e está em cadeira de rodas. “Além das aulas com a turma, esses estudantes terão aulas de reforço ali”, explica a professora Naide Carneiro. Taiane estava empolgada: “A escola está linda e nem de longe parece a antiga”. Para o diretor, Luis Marduk, será um recomeço: “Os professores estão muito motivados. Vamos mostrar bons resultados!”
Com circuito interno de 20 câmeras — 12 a mais que em 2011 —, a unidade conta agora com 4 inspetores, 2 guardas municipais e 2 porteiros nos três turnos. Todos os funcionários usam crachás e visitantes só entram com autorização da diretoria. O modelo de vigilância será referência.
“As escolas não serão transformadas em fortalezas. Não haverá presença de homens armados. Vamos intensificar a contratação de porteiros e inspetores”, declarou o prefeito Eduardo Paes.

Mensagens de alegria, cores e flores

Para marcar o recomeço, alunos e funcionários desenharam mensagens de paz e alegria em azulejos na área externa da escola. A fachada ficou colorida e florida, e a entrada foi transferida para a rua de trás, a Jornalista Marques Lisboa. O muro alto e branco deu lugar a cerca de ferro. “Está tudo diferente. Fizemos muitas mudanças com a intenção de esquecer a antiga Tasso”, conta a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin.
A praça vizinha foi transformada em anexo, com quatro andares. Há sala de informática, laboratório de ciências, biblioteca, auditório e sala multiuso para aulas de dança e caratê.