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domingo, 24 de junho de 2012

ELEIÇÃO NO EGITO

Candidato da Irmandade Muçulmana vence eleição presidencial no Egito
Mohamed Morsi é o primeiro presidente do país no pós-Mubarak.
Ele derrotou nas urnas o ex-premiê do ditador derrubado em 2011.

O candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi, venceu as eleições presidenciais no Egito, tornando-se o primeiro presidente eleito no país no período pós-Mubarak, informou neste domingo (24) a comissão eleitoral.
Morsi, que já se dizia eleito, teve 51,7% dos votos no segundo turno, disputado no fim de semana passado.
O candidato do braço político da Irmandade Muçulmana conseguiu 13.230.131 votos, contra 12.347.380 para o brigadeiro da reserva Ahmed Shafiq, ex-premiê do regime do derrubado ditador Hosni Mubarak.
Ele já havia sido o mais votado no primeiro turno, em maio.

Morsi torna-se o primeiro presidente eleito no país após o regime de Mubarak, em meio a uma transição democrática comandada pelos militares e marcada pela incerteza.
Em 14 de junho, uma decisão judicial dissolveu o Parlamento, eleito democraticamente e no qual a Irmandade Muçulmana era maioria.
Os militares que governam interinamente o Egito desde a queda de Mubarak garantiram a realização do segundo turno, apesar das acusações de que um golpe estaria sendo armado, e prometeram que vão entregar o poder executivo ao vencedor antes de 30 de junho.
A Irmandade Muçulmana afirmou em comunicado, após a vitória deste domingo, que ela demonstra que o Egito "pode escolher de forma livre seu presidente".
Banida durante o regime de Mubarak -época em que Morsi chegou a ser preso-, a Irmandade chega ao poder pela primeira vez. Mas, após a dissolução do parlamento, ainda há duvida sobre se o seu presidente terá real poder.
O chefe da junta militar, marechal Hussein Tantawi, parabenizou Morsi pela vitória, afirmou a rede de televisão estatal.
Festa na Praça Tahrir
Partidários do grupo islamita tomavam a Praça Tahrir, no centro do Cairo, desde antes do anúncio do resultado, que foi bastante celebrado.
Partidários da Irmandade Muçulmana celebram neste domingo (24) a vitória do candidato Mohamed Morsi no segundo turno da eleição presidencial no Egito (Foto: Reuters)
Partidários da Irmandade Muçulmana celebram neste domingo (24) a vitória do candidato Mohamed Morsi no segundo turno da eleição presidencial no Egito (Foto: Reuters)
 
Os militantes agitavam bandeiras e cartazes do líder islâmico na praça, que virou símbolo da rebelião que derrubou Mubarak em fevereiro do ano passado, no contexto da chamava Primavera Árabe.
"Deus é o maior" e "abaixo o regime militar" eram alguns dos slogans entoados pelos manifestantes, enquanto fogos de artifício eram lançados.
As forças armadas estavam em alerta, temendo atos de violência após o anúncio do resultado.
Os dois candidatos cantavam vitória, e Shafiq havia acusado Morsi de tentar "roubar" a eleição com a pressão nas ruas.
A eleição, na qual mais de 50 milhões de eleitores estavam aptos a exercer seu direito de voto, teve uma taxa de comparecimento de 51,8%.
A divulgação dos resultados estava prevista para a quinta-feira (21), mas ela foi adiada para que fossem investigadas denúncias de fraudes nos dois lados.
Mohamed Morsi acena após votar no segundo turno das eleições presidenciais no Egito em 16 de junho (Foto: AFP)
Mohamed Morsi acena após votar no segundo turno das eleições presidenciais no Egito em 16 de junho (Foto: AFP)
 
Para aumentar ainda mais a tensão no país, o estado de saúde de Mubarak, que cumpre pena de prisão perpétua pela repressão aos protestos do ano passado, piorou bastante na última terça-feira (19), e chegaram a circular boatos sobre a sua morte.
Acordos
Morsi prometeu respeitar tratados internacionais do Egito, principalmente o assinado com Israel em 1979, do qual depende muito da ajuda dos EUA. O premiê de Israel afirmou, em comunicado, que respeita o resultado das urnas e que espera que o acordo de paz seja cumprido.
"O presidente Morsi vai ter um trabalho duro para controlar os diversos níveis do Estado", afirmou Elijah Zarwan, analista do Conselho Europeu para Relações Internacionais.
"Ele vai provavelmente enfrentar tentativas para minar o seu poder. Frustrações podem levá-lo a cair na armadilha de atuar de forma agressiva, o que seria um erro", acrescentou Zarwan.
"O seu desafio é liderar um país dividido e temeroso para a democracia, sem se tornar um bode expiatório para a continuidade militar", afirmou o analista.

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